16 de junho de 2014

Pai com filho nas costas espera que Copa ajude a aumentar esmolas

 

Gilberto, também conhecido como Beto, vive a menos de 20km da Arena das Dunas, estádio que consumiu mais de R$ 1 bilhão com recursos públicos para abrigar a Copa do Mundo. Mas sua realidade está anos-luz do imponente estádio. O senhor de 55 anos põe nas costas diariamente o filho Ronaldo, de 24 anos, e sai em busca do sustento da família.

Desempregado e responsável por criar onze pessoas (sendo oito crianças), Beto acopla no corpo o filho, que é portador de deficiência, carregando também o peso da fome e da sede. As ladeiras e o calor de Natal, que não dá trégua nem em junho, endurecem seu caminho diário.

Beto não dá a mínima para o Mundial. A torcida é apenas para que as esmolas aumentem com a chegada de estrangeiros à cidade. Em dia bom, pai e filho ganham R$ 180.

São esperados em Natal turistas norte-americanos, japoneses, mexicanos, italianos, entre outras nacionalidades.
 
"Essa Copa vai trazer bastante gente pra cá. Quero juntar dinheiro para comprar a cadeira dele", diz.

A expectativa de Beto é que o turismo Impulsione a arrecadação de fundos para a compra de uma cadeira de rodas. Ele afirma ter separado R$ 80 para adquirir o equipamento.

A cadeira de rodas que Ronaldo usava quebrou faz alguns meses. O equipamento havia sido dado por uma pessoa sensibilizada com a situação. Beto transporta o filho em direção à orla de Ponta Negra, em Natal.

"Eu carreguei ele a vida inteira. Meu filho é pesado e não anda. Mas eu ando", sintetiza Gilberto.

O filho de 24 anos é cego, paraplégico e não tem acompanhamento médico. A medicação necessária para tratamento é usada quando se tem. Ouvir jogos do América pelo rádio é uma terapia ao jovem, torcedor do time natalense(chicocesar).

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