10 de janeiro de 2014

Presos no Maranhão são obrigados a escolher uma facção criminosa

O poder das facções criminosas nos presídios do Maranhão é tão grande que são elas que determinam onde cada preso vai ficar. Uma diligência realizada pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) em todos os presídios do Estado, em outubro do ano passado, constatou que, ao chegarem à cadeia, os condenados são obrigados a escolher um facção.

De acordo com o Ministério Público, quem chega ao presídio e não tem pertence a nenhum grupo de crime organizado é obrigado a escolher algum, para pode se acomodar em uma cela e circular somente em ‘território amigo’.

O relatório do CNMP alerta ainda para o fato de que no complexo penitenciário de Pedrinha há inscrições das facções, “Bonde dos 40” e “PCM” (Primeiro Comado do Maranhão), nas paredes, indicando quem domina o espaço.

Mesmo sendo informado sobre a situação, o governo não adotou nenhuma recomendação nem tomou qualquer atitude. A disputa entre as facções resultou em mais de 60 presos mortos dentro dos presídios, desde 2013 até agora, sendo sete decapitados.

A violência também chegou às ruas e foram registrados atentados à população civil, como o incêndio de um ônibus do transporte público, que resultou na morte da menina Ana Clara Santos, de 6 anos, na última sexta-feira (3).

Todos esses fatos foram lembrados nesta quinta-feira (9), durante a reunião CDDPH (Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), em Brasília. A procuradora do Ministério Público, Ivana Farina, participou do debate e também estava na diligência dos presídios. Após o encontro, por meio de sua conta no Twitter, ela cobrou uma reação definitiva.(gerisvantavares)

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