O poder das facções criminosas nos presídios do Maranhão é tão grande
que são elas que determinam onde cada preso vai ficar. Uma diligência
realizada pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) em todos
os presídios do Estado, em outubro do ano passado, constatou que, ao
chegarem à cadeia, os condenados são obrigados a escolher um facção.
De acordo com o Ministério Público, quem chega ao presídio e não tem
pertence a nenhum grupo de crime organizado é obrigado a escolher algum,
para pode se acomodar em uma cela e circular somente em ‘território
amigo’.
O relatório do CNMP alerta ainda para o fato de que no complexo
penitenciário de Pedrinha há inscrições das facções, “Bonde dos 40” e
“PCM” (Primeiro Comado do Maranhão), nas paredes, indicando quem domina o
espaço.
Mesmo sendo informado sobre a situação, o governo não adotou nenhuma
recomendação nem tomou qualquer atitude. A disputa entre as facções
resultou em mais de 60 presos mortos dentro dos presídios, desde 2013
até agora, sendo sete decapitados.
A violência também chegou às ruas e foram registrados atentados à
população civil, como o incêndio de um ônibus do transporte público, que
resultou na morte da menina Ana Clara Santos, de 6 anos, na última
sexta-feira (3).
Todos esses fatos foram lembrados nesta quinta-feira (9), durante a
reunião CDDPH (Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), em
Brasília. A procuradora do Ministério Público, Ivana Farina, participou
do debate e também estava na diligência dos presídios. Após o encontro,
por meio de sua conta no Twitter, ela cobrou uma reação definitiva.(gerisvantavares)
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