Esse relógio utiliza uma analogia em que a raça humana está a certos "minutos para a meia-noite", onde esse horário representa a destruição por uma guerra nuclear.
Fonte da imagem: Reprodução/Mental Floss
Em 1953, por exemplo, estávamos à apenas dois minutos para meia-noite, quando os Estados Unidos e a União Soviética testaram dispositivos termonucleares no intervalo de nove meses entre um e outro. Essa foi a época em que o relógio marcou a sua mais perigosa e curta aproximação da meia-noite.
O novo relatório diz que em 2014 ainda estamos a cinco minutos do Apocalipse. "Cinco minutos é muito perto", dizem eles. Confira abaixo algumas evidências apresentadas pelos cientistas do Boletim que elaboraram o relatório e as suas considerações:
Rússia e Estados Unidos
Barack Obama e Vladimir PutinFonte da imagem: Reprodução/The New York TimesSegundo o Boletim, em meados de junho, durante uma visita à Berlin (na Alemanha), o presidente Obama propôs uma redução de um terço no arsenal nuclear da Rússia. A proposta deixaria Estados Unidos e Rússia com mil a 1,1 mil ogivas cada. O tratado New START, de 2010, limita em 1.550.
O discurso de Obama veio poucos dias depois de o Irã eleger um novo presidente, Hassan Rouhani, que rapidamente mudou o tom da política externa do país, abrindo caminho para as primeiras negociações diretas entre os Estados Unidos e o Irã em 35 anos. No entanto, o Boletim afirma que, em todo o mundo, muito material nuclear permanece inseguro.
Ironicamente, logo após o discurso de Obama, a Rússia ofereceu asilo político a Edward Snowden — o ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, que vazou informações sigilosas — e, com isso, a coisa “azedou” e o presidente norte-americano cancelou uma reunião planejada com o líder russo, Vladimir Putin.
China, Coreia do Norte e outras ameaças
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-unFonte da imagem: Reprodução/The TelegraphDe acordo com os cientistas, a China é descrita como um país que tende a modernizar e aumentar seu arsenal nuclear, embora a um ritmo lento. Já a Índia e o Paquistão continuam a expandir seus arsenais e estoques de materiais desse tipo.
Ambos os países estão desenvolvendo e testando novos mísseis, sendo muitos com capacidade nuclear. Além disso, a Índia planeja construir uma frota de submarinos nucleares e desenvolver um sistema de defesa de mísseis balísticos.
Israel continua uma política de ambiguidade nuclear enquanto tenta sabotar as negociações sobre os esforços nucleares iranianos. Porém, algo mais preocupante ainda acontece na Coreia do Norte. Em fevereiro de 2013, o país realizou mais um teste de arma nuclear, o primeiro sob o seu novo líder, o polêmico Kim Jong-un, e emitiu uma série de ameaças militares, algumas delas envolvendo o uso de armas nucleares.
E tem mais
Fonte da imagem: ShutterstockComo se a questão nuclear já não fosse ruim o suficiente, os cientistas afirmam que muitos outros perigos ameaçam a nossa sobrevivência. O aquecimento global e as mudanças climáticas que têm acontecido em decorrência desse motivo é um deles. Porém, os especialistas também apontam os desenvolvimentos tecnológicos recentes como uma ameaça.
Os avanços de 2013 apenas insinuaram a velocidade e o alcance das mudanças — da tecnologia de biologia sintética para a impressão tridimensional à robótica e além. Os aspectos positivos deste avanço tecnológico rápido mascaram um problema central: o que acontece quando os cientistas criam uma tecnologia com a melhor das intenções, mas a sociedade não pode controlá-la corretamente?
A Bioengenharia, por exemplo, pode erradicar algumas doenças, mas também pode colocar armas infecciosas nas mãos de terroristas. Os robôs sofisticados podem ajudar os governos a colaborar em caso de desastres ou serem programados para caçar e matar seres humanos com eficiência impiedosa.
Podemos evitar o fim?
Fonte da imagem: ShutterstockDe acordo com os cientistas do Boletim, essa é uma perspectiva difícil, mas não impossível, porém é inviável sanar todos os problemas atuais.
Segundo eles, seria necessário a exigência de que os líderes dos EUA e da Rússia retornem às discussões e acordos. Uma vez proposta a negociação, eles devem tomar as medidas para reduzir ainda mais os seus arsenais nucleares, para desfazer a sua implantação de defesas antimísseis desestabilizadoras e reduzir os níveis de alerta de suas armas nucleares.
Além disso, devem ser feitos eventos sérios para alertar os líderes, como já aconteceu na Conferência de Oslo, em março de 2013, que levou as nações em desenvolvimento a debater (e assim ter um maior conhecimento) sobre o perigo representado por qualquer troca nuclear entre países ao redor do mundo.
Os cientistas também afirmam que os líderes mundiais devem coibir as práticas de emissão de carbono e apoiar tecnologias de geração de energia “limpa” e eficiente — incluindo a energia eólica, solar e geotérmica —, que podem reduzir ainda mais desastrosa alteração do clima. “Não é mais possível evitar toda a mudança climática, mas você pode limitar ainda mais o sofrimento, se você agir agora”, afirmaram os cientistas.
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