7 de janeiro de 2014

Dilma deve encerrar mandato sem entregar ferrovias estratégicas


Trilhos da ferrovia Norte-Sul, em Anápolis
Trilhos da ferrovia Norte-Sul, em Anápolis
A presidente Dilma Rousseff vai terminar seu mandato sem conseguir concluir duas ferrovias estratégicas para o país, que deveriam estar parcialmente prontas ainda no governo Lula. Trechos da Fiol (Ferrovia Oeste-Leste), na Bahia, e da Norte-Sul estão sendo feitos pela Valec, a estatal responsável por ferrovias.
A Norte-Sul permitirá escoar com mais qualidade e menos custos a safra agrícola da região Centro-Oeste em direção a portos no Norte e no Sudeste. A Fiol, por sua vez, vai dar condições para o início da exploração de uma das maiores minas de minério de ferro do mundo. A ferrovia baiana foi anunciada em 2007, com previsão de início de obra em 2009, para que um trecho fosse inaugurado em 2010 e toda ela fosse concluída em 2012.
Passado um ano do prazo final, apenas metade das obras do primeiro trecho foi feita. A Valec promete concluir a operação em dezembro de 2015. Não há previsão para o início da construção do segundo trecho. Os problemas da Fiol mostram que o governo aprendeu pouco com o fracasso da construção da Ferrovia Norte-Sul, que se arrasta há quase três décadas. Problemas comuns, que paralisaram as obras da primeira linha, repetiram-se na Fiol: projetos malfeitos, licitações suspeitas, falta de licenciamentos. Vários trechos da obra foram paralisados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) porque foram licitados com projetos sem qualidade.
Quando a proposta definitiva ficou pronta, foram necessários aditivos que encareceram e descaracterizaram o que foi licitado, gerando novas paralisações. Como o projeto definitivo foi feito sem licenciamento ambiental, vários trechos da linha devem passar em áreas sensíveis, o que dificultou a aprovação pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis). A Valec informou que vem nos últimos anos seguindo as recomendações de órgãos de controle para melhorar a qualidade dos projetos com que são feitas as licitações, com sondagens em número adequado por exemplo. Dessa forma, é possível evitar atrasos no momento da execução dos projetos.

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