28 de janeiro de 2014

Precisa-se urgente de um maquiador-geral da República


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Ninguém deseja nenhum mal à presidente da República. Pelo contrário, todo mundo reza, sobretudo seus 39 ministros,  para que o humor de Dilma fique cada vez melhor. É preferível pensar que a cara dela naquela foto com o cozinheiro Joachim Koerper, no restaurante Eleven, de Lisboa, fosse de desconforto com um sapato apertado. Do contrário, era a cara de uma gerentona se dando conta de que algo lhe fugira ao controle.
O semblante amarrado de Dilma era de alguém perguntando de si para si: “Onde é que eu fui me meter?” É um tipo de pergunta que costuma preceder decisões drásticas. No caso de Dilma são dois os principais riscos. Ela pode perceber que a Presidência da República ainda vai estragar o seu currículo e desistir da reeleição, devolvendo o abacaxi para o Lula. Ou pode caprichar mais na maquiagem, especialmente ao redor dos olhos.
Grande ideia essa de excluir a escala em Lisboa da agenda oficial da presidenta. Mas parece óbvio que não se deve parar por aí. A experiência não deve ficar só nas viagens internacionais ou na escrituração criativa do orçamento fiscal. Deve ser estendida a todas as ações do governo. Você eu não sei, mas a maioria dos brasileiros não aguenta mais.
Quando parece que está tudo bem —os mensaleiros na cadeia, a barba do Lula de volta, o novo cabelo do Renan aprovado pelo espelho, o Eduardo Cunha em recesso, a reforma ministerial encaminhada, a audiência do Big Brother em declínio, nenhum escândalo novo no Ministério do Trabalho —o país descobre, de sopetão, que Dilma tem olheiras. O sujeito pensa: “hoje, finalmente, vou conseguir dormir em paz.” E não pode. Tem que se preocupar com as olheiras da presidenta.

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