Barbosa foi chamado ao palco depois das intervenções do embaixador do Brasil em Londres, Roberto Jaguaribe, e do diretor do King's College, Rick Trainor, que compareceu à palestra, prestigiando o presidente do STF. Na plateia, mais de 300 pessoas, a maior parte estudantes brasileiros, lotando o auditório Edmund J. Safra. Em mais de uma hora e 15 minutos de intervenção, Barbosa discorreu sobre o sistema judiciário, sobre transparência e politização - temas que já havia abordado em Paris.
Mas foi ao responder as perguntas dos estudantes que o ministro foi mais enfático em suas críticas. Questionado sobre o estado da penitenciária de Pedrinhas, no Maranhão, o presidente do STF confirmou que as instalações são "inadequadas para um ser humano". "O problema não é novo. Em todos os estados, e não apenas no Maranhão, prisões em si é o inferno", disse o magistrado.
"As prisões são um problema muito sério no Brasil. No ano passado eu fiz visitas a presídios. O que posso dizer é que horror é a palavra mais adequada para definir as prisões brasileiras", disse ele, criticando o desinteresse da classe política por investimentos no sistema prisional. "Políticos não ligam para esse problema, porque eles não têm retorno político, não ganham votos", afirmou, reiterando: "Se não dá dividendos políticos, eles não ligam".
Ainda segundo Barbosa, além das condições precárias as penitenciárias brasileiras "estão controladas por facções criminosas". "PCC e Comando Vermelho. Estes são os caras que controlam os presídios", advertiu. "Esta é a realidade."
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