2 de janeiro de 2014

Em 2013, MST registra o menor número de invasões durante governos do PT

Integrantes do MST em protesto em 2012Foto: Reuters / Ueslei Marcelino
Integrantes do MST em protesto em 2012
Nunca antes nos 11 anos de gestões do PT na Presidência da República — governos Lula e Dilma — o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e outros grupos que pressionam por reforma agrária, invadiram tão poucas terras como em 2013. Foi o menor registro de ocupações nesse período petista, com 110 invasões. Antes, em 2009, o número de ocupações foi de 173, o ano então mais tranquilo. Para o governo, a geração de emprego no campo e ações como o Bolsa Família explicam a redução drástica do número de invasões. Para a oposição, o MST foi cooptado pelo governo e deixou de ser o “tigre bravo” de antes e se transformou num “dócil gatinho”.
Se comparados, os movimentos sociais invadiram muito mais propriedades rurais nos oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) do que nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nos três anos de Dilma Rousseff, ambos do PT. A média de ocupação anual no período FH foi de 305 invasões e nos de Lula e Dilma foi de 224, um terço a menos que no governo do tucano. Ao todo, aconteceram, até agora, 2.468 invasões de terra no período do PT e 2.442 com o PSDB à frente do Palácio do Planalto. Os dados oficiais são da Ouvidoria Agrária Nacional, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Considerada a série histórica desde que o governo federal começou a aferir o número de invasões, em 1995, o ano passado significa o segundo menor registro ao longo desses 19 anos. Até então, a maior trégua do MST se deu no eleitoral ano de 2002, quando foram assinaladas apenas 103 ocupações. Os movimentos de luta pela terra apoiaram a candidatura de Lula.
O MST, hoje com o poder de mobilização mais enfraquecido, deu demonstrações ao longo de 2013 da sua proximidade com os petistas e apoio ao partido do governo. Lideranças do movimento, por exemplo, criticaram as condenações dos envolvidos no mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e alguns de seus militantes chegaram a participar de atos e compareceram, com suas bandeiras e bonés, na porta da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, quando os condenados chegaram a Brasília, há quase dois meses, para protestar contra as prisões.

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