O caso envolve uma ONG de Santa Catarina, Estado de Manoel Dias. Chama-se ADRVale, Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Rio Tijucas e Itajaí Mirim. Sediada na cidade de Brusque, era comandada por militantes do PDT, o partido do ministro. A PF esquadrinhou convênio assinado em 2007, ainda sob Lula. A investigação cobriu dois anos da execução do contrato, até 2009.
Nessa época, o ministro do Trabalho era Carlos Lupi, presidente do PDT federal. Mantido no comando da pasta no início do governo Dilma Rousseff, Lupi foi varrido do ministério em dezembro de 2011, sob denúncias de cobrança de propina para a liberação de registros de sindicatos e de desvios de verbas por meio de ONGs. Substituiu-o um desafeto, o deputado pedetista Brizola Neto (RJ). Lupi ameaçou levar o PDT para a oposição. E Dilma lhe devolveu o controle do ministério, nomeando Manoel Dias, apadrinhado de Lupi.
Acomodado na poltrona de ministro, Manoel Dias foi abalroado, no ano passado, por uma entrevista-denúncia de um ex-presidente da Juventude do PDT de Santa Catarina: John Sievers. Falando ao jornal Estadão, Sievers contou que recebia salário da ADRVale. Mas não trabalhava na entidade. Dava expediente na Universidade Leonel Brizola, braço do PDT que se dedica à formação política de militantes da legenda. Sivers disse que agia sob orientação de Manoel Dias, que à época comandava o diretório do PDT catarinense. (Josias de Souza).
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