23 de março de 2014

Criogenia eleitoral

Saiu mais uma pesquisa eleitoral e nota-se um estado de criogenia no cenário sucessório presidencial. Tudo está inalterado desde meados de outubro de 2013. A pesquisa desta semana foi do Ibope. Corroborou o que outras já apuraram. Quando se consideram levantamentos de mais institutos e tira-se a média, nota-se que Dilma Rousseff (PT) continua na faixa de 40% a 45%, a depender de quem aparece como adversário.
O segundo colocado é Aécio Neves (PSDB), na faixa de 15%, um pouco mais ou um pouco menos. Eduardo Campos (PSB) vem em terceiro, na redondeza de 10% (7% no Ibope e 12% no Datafolha). Candidatos de partidos nanicos têm 3% ou menos.
Esse congelamento da sucessão é compatível com a atual fase da democracia brasileira. Não há mais, como em disputas anteriores, uma ansiedade pelo que poderá ocorrer com a eleição de um novo presidente. Hoje, a maioria das pessoas sabe que tudo continuará mais ou menos como está --considerando-se os pré-candidatos já apresentados. Nessa conjuntura, o interesse por assuntos político-eleitorais tende a ser mais desidratado do que o normal.
A pesquisa Ibope de ontem indicou que 56% dos eleitores têm pouco ou nenhum interesse pela eleição de outubro. Ou seja, os percentuais de intenção de voto são reflexo da memória passada dos eleitores sobre os pré-candidatos. Falta o efeito das imagens que esses políticos projetarão durante as campanhas --só depois da Copa do Mundo.
Ainda assim, tudo considerado, chama a atenção a larga vantagem de Dilma Rousseff no início dessa corrida. Sobretudo porque Aécio Neves registra um desempenho muito pior do que outros segundos colocados de pleitos anteriores nesse mesmo período da disputa.
Mas também é um fato que muitas vezes quem saiu na frente acabou derrapando quando a campanha começou para valer.

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