Padre Djacy foi a Brasília mostrar drama da seca
A falta de água e alimento se junta à carência de atenção dos governantes, levando moradores das áreas mais castigadas ao desabafo e a desesperança. "Só queria que Deus olhasse pra nós. Ninguém olha pra nós. Ninguém se lembra da gente. A gente vive abandonada, a gente vive esquecida demais", Maria Aparecida Pedro da Silva. Ela tem oito filhos e tem que caminhar cerca de 2 quilômetros para encontrar água.
Para tomar banho e lavar roupas algumas famílias apelam para a ajuda de parentes e amigos que moram na cidade. A água para beber, eles precisam andar no asfalto por quilômetros em busca de um cacimbão.
"Seu moço, anote aí no seu caderno o seguinte: aqui a gente é esquecida, excluído. Ninguém tem dó da gente. A gente é pobre, mas é gente, tem o mesmo direito que os outros", pediu dona Maria Costa, agricultora que faz o mesmo percurso em busca de água.
Os desabafos foram feitos ao padre Djacy Brasileiro por sitiantes da comunidade Lagoinha, localizado no município de São José de Piranhas (localizada no Sertão da Paraíba, a 503 quilômetros de João Pessoa). O padre, ao encontrar os moradores percorrendo longas estradas, às vezes sem saber onde encontrar ouve os desabafos e, sem ter como prestar ajuda, sofre junto com as vítimas da seca.
Casa da Comunidade Lagoinha, em São José de Piranhas
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