A
presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, não explicou nada no
seu depoimento ao Senado. Não há como reconhecer contabilmente que a
refinaria de Pasadena foi bom negócio. Contudo, ela defendeu as
premissas que embasaram a decisão, sob o argumento de que a Petrobras,
antes da crise financeira de 2008, tinha margens “muito boas” (ou seja,
dinheiro em caixa para esbanjar).
Confessou
que o prejuízo para a Petrobras com aquisição da refinaria foi de US$
530 milhões. Depois, caiu em contradição, ao dizer que a usina tem
operado em sua capacidade de processamento, de 100 mil barris por dia.
Se
a unidade realmente processasse 100 mil barris por dia, teria sido um
grande negócio, a Petrobras estaria no lucro, o assunto estaria
encerrado e nem haveria necessidade de CPI ou qualquer outra apuração a
respeito. Graça Foster disse que, em 2005, a ampliação de refino fora do
Brasil era “decisão estratégica”.
Alegou
que, no caso de Pasadena, o motivo principal era a localização da
refinaria em um grande centro do maior mercado consumidor mundial. Como
se isso significasse grande coisa, informou que o Citigroup deu aval
para aquisição de Pasadena, com ressalvas comuns.
A
presidente da empresa também informou que o investimento na refinaria
de Pasadena, no Texas (EUA), chegou a US$ 685 milhões, desde sua
aquisição pela companhia de petróleo brasileira em 2006. Mas esse valor
não inclui o aporte total de U$ 1,23 bilhão que a Petrobras pagou pela
refinaria.
Ou
seja, com a correção monetária, o gasto está passando dos US$ 2
bilhões, valor de uma refinaria zero quilômetro e de maior capacidade. A
presidente da Petrobras omitiu as principais informações, que deveriam
ser entregues por escrito aos parlamentares, em forma de relatório.
O
que se precisa saber agora é quanto à refinaria realmente produz por
dia e quem fornece petróleo bruto, já que a produção da subsidiária
Petrobras America é de apenas 22,9 mil barris diários.
Ficam
faltando, portanto, 77,1 mil barris diários para completar os 100 mil
barris que Graça Foster alardeia, em sua missão impossível de tentar
justificar o injustificável.
QUEM MENTE?–
Já o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró,
complicou a vida de Dilma em seu depoimento, ontem, no Senado, afirmando
ter sido correto no parecer preparado para o conselho de administração
da Petrobras recomendando a compra da refinaria de Pasadena. Dilma disse
que tomou a sua decisão baseada num resumo incompleto e com falhas.
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