25 de novembro de 2013

Novo juiz do caso Mensalão é contrário a entrevistas de presos

A - GERAL

Bruno Ribeiro. Juiz impediu entrevista de Cachoeira TV Justiça
Como costuma fazer aos domingos, o juiz substituto da Vara de Execuções Penais (VEP) Bruno André Silva Ribeiro, de 34 anos, foi à casa do pai, o ex-deputado distrital pelo PSDB Raimundo Ribeiro, para o almoço de família. Pouco depois, recebeu uma ligação e saiu às pressas. Até à noite, não havia voltado. O domingo já foi uma mostra da sua nova rotina: caberá ao juiz cuidar dos processos de execução das penas dos presos pelo mensalão no complexo da Papuda, no Distrito Federal.
Bruno acompanhará a situação dos presos na Papuda, com exceção da análise de benefícios, atribuição do presidente do STF. O juiz já atuou em outro caso rumoroso: a prisão provisória do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Em julho de 2012, quando o contraventor estava na Papuda, Bruno negou um pedido de entrevista que já havia sido consentida pelo detento. Demonstrou como interpreta a Lei de Execuções Penais: o ingresso nos estabelecimentos prisionais deve ser analisado sob a luz do “preocupante estado de tensão vivenciado nos presídios locais”. Permitir a entrevista seria, na visão do juiz, dar um tratamento “distinto” do concedido aos demais detentos.
O juiz assumiu o cargo de juiz no DF há cerca de quatro anos. Antes, era procurador da Fazenda Nacional. É professor de pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Um dos sócios do IDP é o ministro do STF Gilmar Mendes.
Raimundo conta que não costuma conversar com o filho sobre o trabalho na VEP. O processo do mensalão não teria sido tratado no almoço.
— Ele tem muita privacidade. A VEP tem muito trabalho. Os processos (dos réus do mensalão) foram uma coisa natural — diz o ex-deputado tucano.
 

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