26 de novembro de 2013

Ele teve acesso de raiva', diz mulher agredida no trânsito de São Paulo

Jovem ficou com marcas no rosto depois da agressão (Foto: Jessica Otte/Arquivo Pessoal)
A publicitária Jessica Otte, de 24 anos, foi agredida com socos e empurrões por um homem e uma mulher após uma discussão de trânsito, na região dos Jardins, em São Paulo. Jessica afirma que o agressor “teve um acesso de raiva” porque, segundo ele, ela estaria andando muito devagar pela faixa da esquerda.
O episódio ocorreu no sábado (23), no cruzamento entre a Rua Groenlândia e a Avenida Brigadeiro Luís Antônio. A história foi contada pela publicitária no Facebook e a postagem ganhou destaque na rede social nos últimos dias, com mais de 16 mil compartilhamentos.
O caso foi registrado no 15º Distrito Policial da cidade, no Itaim Bibi, como colisão entre automóveis e lesão corporal.
A jovem seguia de carro com a companheira Amanda Carbone, de 28 anos, em direção ao shopping Ibirapuera, onde pretendiam fazer as compras de natal para a família. O plano das duas, porém, foi interrompido no meio do caminho.
Jessica dirigia o carro e, logo que voltou a acelerar o veículo depois de parar em um dos semáforos da Rua Groenlândia, começou a ser incomodada por um motorista, de aparentemente 50 anos, que vinha logo atrás e queria ultrapassá-la. Ela ocupava a faixa da esquerda, das três existentes na rua.
A publicitária afirma que estava em uma velocidade compatível com os limites da via, mas que mesmo assim tentou deixar o homem, que dirigia uma picape Hilux, passar. No entanto, devido à visibilidade ruim, já que chovia muito no dia, e à presença de outros carros na pista, ela não conseguiu trocar de faixa.
Jessica prestou depoimento 15º Distrito Policial de SP (Foto: Amanda Carbone/Arquivo Pessoal)Vítima prestou depoimento no 15º Distrito Policial de
SP (Foto: Amanda Carbone/Arquivo Pessoal)
De acordo com a vítima, o motorista, irritado por não conseguir a ultrapassagem, começou a sinalizar com farol alto. Assim que os carros pararam novamente, no semáforo entre a Rua Groenlândia e a Avenida Brigadeiro Luís Antônio, o homem colou o para-choque da picape na traseira do carro de Jessica e começou a buzinar, mesmo com o sinal ainda no vermelho.
Jessica conta que, ao som das muitas buzinadas, colocou o braço pra fora e apontou para o semáforo vermelho. Segundo ela, como quem dizia “não tenho o que fazer”. O motorista, então, teria perdido a cabeça, engatado a ré e depois acelerado, colidindo contra o Fiesta onde estavam as duas mulheres. Ele teria feito isso ainda mais uma vez, segundo a publicitária.
Depois das batidas, Jessica desceu do veículo para tirar satisfação. Ela afirma que o homem começou, então, "a xingar tudo quanto era nome e fazer ironias, dizendo que eu estava de ‘conversinha’ com a minha esposa”. Sem diálogo, ela resolveu tirar fotos da colisão e também da placa da Hilux. Ao ver que a jovem fotografava o número de sua placa, o motorista lhe desferiu um soco no rosto e empurrões. Para Jessica, as agressões não tiveram motivos homofóbicos.
Montagem mostra carros batidos e o rosto de Jessica ferido (Foto: Reprodução/Facebook)Montagem mostra carros batidos e o rosto de Jessica
ferido (Foto: Reprodução/Facebook)
Com as agressões, a jovem se desequilibrou, mas não chegou a ir ao chão. Segundo a companheira da vítima, Amanda, após o soco, uma outra mulher, supostamente conhecida do motorista, veio correndo na direção da confusão. “Ela estacionou o carro em cima da calçada e veio na nossa direção. Achei que ela fosse acudir, mas na verdade também começou a agredir a minha esposa”, relembra.
Surpresa, Amanda pegou o celular e acionou a polícia. De acordo com ela, assim que viram que estava ao telefone com a PM, os agressores correram para seus respectivos carros e fugiram.
Jessica sofreu ferimentos no rosto e no braço e, do local, foi direto para a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. De lá, ela seguiu rumo ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar o exame de corpo delito.
A vítima diz que, com a repercussão do caso, espera que pelo menos o homem possa ser identificado e punido. A picape está registrada no nome de um posto de gasolina. "Eu quero que ele pague pelo que fez. Quero que pague por essa agressão gratuita. Estou analisando com o meu advogado os processos que vamos mover contra ele."

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