5 de abril de 2013

Reeleição de Dilma pode não ser a barbada que parece


Ela está entre os mais populares presidentes do mundo, com um índice de aprovação -- 79 por cento, e subindo -- que causa inveja em seus colegas de países mais ricos, às voltas com crises da dívida e impasses políticos.
A taxa de desemprego nunca foi tão baixa no país, e o otimismo empreendedor é comparável ao dos EUA no pós-Segunda Guerra Mundial. Com esse cenário, Dilma tem a chance de exibir seu progresso ao receber a Copa do Mundo de 2014.
E, no entanto, é inteiramente plausível que Dilma Rousseff não consiga se reeleger como presidente do Brasil em outubro de 2014.
A presidente, de 65 anos, continua sendo a clara favorita, mas a ameaça da alta inflacionária e do desemprego, um trio de adversários competitivos na disputa e a possibilidade de um constrangedor fracasso logístico na Copa fazem com que a candidatura de Dilma não seja a barbada que alguns observadores apontam.
'Provavelmente vai ser a eleição mais competitiva no Brasil em uma década', disse João Augusto de Castro Neves, analista da consultoria Eurasia Group. 'Se você for ver, a maioria dos ingredientes para uma disputa acirrada está aí.'
O principal ingrediente é a economia.
Sob certos aspectos, esse é o maior trunfo de Dilma. O desemprego em fevereiro ficou em 5,6 por cento, o menor já registrado para esse mês. Os salários reais continuam crescendo, como vêm ocorrendo na maior parte da última década, período em que a economia brasileira registrou uma expansão histórica, tirando da pobreza cerca de 35 milhões de pessoas, uma Califórnia inteira.

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