Entre
o discurso do Governo Dilma e a prática há uma distância muito grande. O
pacote de R$ 9 bilhões anunciado em Fortaleza, diante de todos os
governadores nordestinos, ainda não saiu do papel ou pouco foi feito.
Em
alto e bom som, a presidente garantiu que as dívidas dos produtores
rurais atingidos pela estiagem seriam prorrogadas ou perdoadas. Passados
mais de 15 dias, os bancos continuam cobrando a fatura aos
inadimplentes.
De
passagem ontem por Petrolina, onde discutiu medidas para o pós-seca, o
ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, foi cobrado pelo
secretário de Agricultura, Ranilson Ramos. Segundo ele, 100 mil
produtores estão enforcados com dívidas no Banco do Brasil e no Banco do
Nordeste que totalizam R$ 374 milhões.
Em
se tratando de Nordeste, este valor sobe para R$ 6 bilhões. A rolagem
dessas dívidas é emergencial para o fortalecimento do setor produtivo do
Nordeste, porque, segundo Ranilson, o agricultor depende da
regularização da sua situação bancária para buscar novos empréstimos com
vistas a investir na recomposição das pastagens e do rebanho bovino,
além de abrir poços para aumentar suas reservas hídricas.
Pepe
não garantiu que a promessa de Dilma será cumprida, porque a
normatização não depende dele, mas da equipe econômica, especialmente o
Banco Central.
A
decisão de Dilma é política e atende a uma pressão dos setores
produtivos do Nordeste, mas se ela própria não acompanhar de perto os
tecnocratas do seu Governo, insensíveis, vão continuar empurrando com a
barriga.
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