O BLOG DE JOSIAS DE SOUZA
A distância
entre o prédio do Congresso e a sede do STF impõe à crise uma certa
ponderabilidade cômica. É como naquelas brigas em que o sujeito diz que
vai quebrar a cara do outro, mas nunca passa da ameaça, comprometendo a
seriedade da cena. Sim, é verdade, a situação parece muito grave. Dois
poderes da República estão em pé de guerra. Porém…
O país já estava tão acostumado a ouvir congressistas se queixando da judicilização da política que a imagem de magistrados se descabelando com a perspectiva de politização das decisões judiciais acaba por dar viço à anedota. Nos próximos dias, os parlamentares recuperam o senso do ridículo. Se é que algum dia o tiveram.
Os contornos
da crise comprometem as razões da Comissão de Justiça da Câmara para
atribuir ao Legislativo a última palavra sobre certas causas judiciais.
Vá lá que os mensaleiros da comissão e seus comparsas queiram se vingar
do STF. Mas basta olhar ao redor para ver que gente condenada não tem
nada que estar no Congresso. Não resta à plateia senão rir.
A crise pode
ser vista como uma espécie de penúltima de português. Na Câmara, após um
incêndio na Comissão de Constituição e Justiça, os bombeiros,
verificando os destroços, encontraram dois mortos: Manoel Genoino e João
Paulo Joaquim. Estavam de ponta-cabeça com o dedo indicador apontando
para um canto da sala. Ao lado de ambos, extintores com a seguinte
inscrição: “em caso de incêndio, vire para baixo e aponte para a chama”.
O STF é a chama do PT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário