17 de abril de 2013

Inflação: tomate é no prato. O buraco é mais embaixo


CARLOS BRICKMANN
 Não se impressione com os preços do tomate - seja em alta, seja em baixa. O preço do tomate oscilou devido a fatores climáticos, excesso de calor e tempestades, e rapidamente voltará aos níveis normais, ou próximo disso. É até provável que os preços fiquem abaixo dos habituais, já que muitos agricultores, estimulados pela alta de agora, resolvam plantar mais, aumentando a oferta. A mesma coisa acontece com a farinha de mandioca e com o feijão carioquinha. Porém, se a alta do tomate não é inflação, mas variação ocasional de preços, outros fatores sérios geram pressões inflacionárias muito fortes: gastos excessivos dos governos, investimentos baixos (ou seja, falta de mercadorias na praça, o que provoca a alta de preços), uma certa despreocupação com despesas oficiais.

É a Norte-Sul que só tem custos e não rende nada, porque não fica pronta; é a transposição do São Francisco, atrasadíssima; são os gargalos de infraestrutura, que aumentam os custos. E como age o Governo? Atrasado: primeiro, assiste ao congestionamento dos portos; depois, cobra soluções. Isso joga a inflação para cima.

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