Esta
coluna sempre reclama do excesso de folgas dos parlamentares brasileiros
- basta haver um feriado durante a semana que a semana inteira vira
feriado. Mas é preciso reconhecer que, em muitos casos, é melhor quando
os parlamentares não trabalham. Neste momento, por exemplo, 45 dos 55
vereadores paulistanos (a propósito, por que tantos vereadores? Um
número entre 20 e 30 não seria suficiente?) assinaram projeto mudando o
nome do tradicionalíssimo Viaduto do Chá para "Viaduto do Chá - Mário
Covas".
O ex-governador tem busto no Congresso, é nome de sala
na Câmara Federal, é nome do Rodoanel de São Paulo, é nome de parque na
avenida Paulista. Covas foi um bom político, decente, respeitável, mas
já é nome de muitas obras. Ele próprio, com certeza, seria contra esta
medida demagógica: o Viaduto do Chá, inaugurado em 1892, passava sobre
as plantações de chá do Barão de Itapetininga, no Vale do rio Anhangabaú
e é um símbolo da cidade. É como se, no Rio, alguém quisesse mudar o
nome do Corcovado para Corcovado - Oscar Niemeyer. Nem o homenageado
gostaria.
Vereador paulistano não tem mais o que fazer?
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