11 de julho de 2013

Viés autoritário


Cientistas políticos, analistas e marqueteiros têm dado os mais variados pitacos sobre a desarrumação sofrida no Governo Dilma após as manifestações que implodiram das redes sociais para as ruas. O baque de 27% na popularidade da presidente também a deixou tonta e, consequentemente, desnorteada.
Ninguém faz um diagnóstico real e verdadeiro, mas arrisco um palpite: falta ao seu governo o incremento da arte do exercício periódico e permanente da política. Gestão pública não se faz sem diálogo, sem negociação, sem entendimento.
Dilma comete um tropeço atrás do outro. Na tese do plebiscito, por exemplo, bem que poderia ter consultado antes os presidentes do Senado e da Câmara e estes tratados como atores principais e não coadjuvantes. Resultado: Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, que souberam da proposta pela mídia, conspiraram até enterrar o plebiscito.
Outro exemplo: ampliar em dois anos o curso de Medicina sem antes consultar as entidades médicas, especialmente as universidades mais importantes do País. Reitores reagiram duramente, informando que, em nenhum momento, foram consultados.
Nos dois casos, portanto, se tivesse ocorrido mais diálogo, mais conversa, mais humildade por parte do Governo, a reação certamente teria sido bem diferente. Nos dias atuais, especialmente em razão da revolução digital, ouvir é requisito básico e indispensável para tomada de qualquer decisão.
Sem política, sem diálogo, o que se pode deduzir é que estamos diante de um governo com viés extremamente autoritário. E a ditadura já foi sepultada há muitos e muitos anos, sem nenhum risco de retrocesso, felizmente.

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