Relatório final do BC mostra fraudes e grampos de um banco que adorava ajudar políticos
ISTOÉ - Claudio Dantas Sequeira e Josie Jeronimo
O
esquema montado pelo dono do banco Cruzeiro do Sul, Luis Octavio
Azeredo Indio da Costa, gerou um rombo de R$ 2,2 bi. Documentos relevam
que o BC foi grampeado pelos banqueiros, que doaram R$ 12 milhões a
políticos. O maior beneficiário foi José Serra.
BENEFICIÁRIOS
O banco fraudulento doou R$ 4 milhões para o PSDB e à campanha de Serra, em 2010,
cujo vice era o deputado Indio da Costa (à dir.), primo do presidente do Cruzeiro do Sul
Na última semana, ISTOÉ
teve acesso a um relatório exclusivo da Comissão de Inquérito do Banco
Central com novas revelações sobre a bilionária fraude do Banco Cruzeiro
do Sul, que sofreu intervenção em junho do ano passado e foi liquidado
três meses depois. O documento de 247 páginas revela que o esquema
criminoso montado pelos banqueiros Luis Felippe Indio da Costa e Luis
Octavio Azeredo Indio da Costa, pai e filho, foi ainda maior do que a
Polícia Federal e o Ministério Público tinham conseguido apurar. O banco
contou ainda com a omissão de grandes empresas de consultoria e até com
um aparato de arapongagem que garantia acesso a informações
privilegiadas.
Em
2006, os Indio da Costa injetaram oficialmente R$ 500 mil nas campanhas
do DEM (então PFL), do PSDB e do PPS. O montante de R$ 100 mil ajudou
na eleição para deputado federal de Pedro Indio da Costa, primo do
banqueiro. Em 2010, quando o esquema de fraudes estava no auge, o banco
derramou uma quantia dez vezes maior para a oposição. José Serra,
candidato presidencial, chamou Indio da Costa para ser o vice na chapa. A
articulação não agradou a todos, mas garantiu doações milionárias à
campanha. Mesmo sendo um banco médio, o montante do Cruzeiro do Sul foi
equivalente ao doado por gigantes do setor, como Itaú e Bradesco.
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