13 de maio de 2013

O lixo da História


















O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Doi-Codi, órgão de repressão política durante a ditadura militar, foi protagonista de um dos mais deprimentes depoimentos dos últimos anos. De óculos escuros em ambiente fechado, repetindo o modelo de ditadores sul-americanos da década de 70, Ustra compareceu à Comissão da Verdade como se de nada adiantasse os últimos anos de democracia brasileira.

A covardia em transferir para terceiros suas responsabilidades não está nem mais no centro de tudo. O ponto crucial é Brilhante Ustra continuar pregando a tortura como método correto como instrumento político.

Durante anos, os defensores de mínimos direitos humanos repetiram o mantra "tortura nunca mais". Quando isto parece basilar para a nova sociedade brasileira, abre-se os porões e o que vem de lá são princípios indecentes que alguns tentam perpetuar com naturalidade.
Até ofender a presidente da República, Dilma Rousseff, o ex-coronel se deu ao desplante de fazê-lo.

Outro dia, um oficial do Exército me disse: "Sidney, como podemos ser responsáveis por atitudes deploráveis praticadas vividas em 64, 68 ou 70, se eu próprio nem era nascido? O comando do Exército hoje é outro".

A verdade é que as Forças Armadas brasileiras do século 21 estão comprometidas com a democracia e o fortalecimento das instituições. Os nossos militares não comungam das ideias do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra. Ainda bem.

O Brasil tem um futuro extraordinário pela frente, mas o que testemunhamos no período ditatorial não serve para a Nação democrática que a sociedade está construindo hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário