12 de maio de 2013

Rachado de Norte a Sul, PMDB é problema para Dilma

 Peemedebistas estão com dificuldades de manter alinhamento nacional com o PT em vários estados
 Ainda falta mais de um ano para o início da campanha da reeleição, em 2014, mas o PT e a presidente Dilma Rousseff já estão convivendo com enormes dificuldades para a composição do palanque eleitoral. Os problemas estão principalmente no PMDB, mas também no PDT e no PR.

Eleito como parceiro prioritário da chapa da reeleição, o PMDB do vice-presidente Michel Temer está rachado de Norte a Sul do país, com muitas dúvidas sobre ter palanque próprio ou simplesmente apoiar a presidente Dilma. Nos últimos meses, a presidente despachou Temer para uma missão delicada: percorrer os estados problemáticos para promover a reaproximação com governadores rebelados do PMDB, como André Puccinelli (MS), ou para minar possíveis palanques competitivos de adversários, como em Goiás, onde Temer atraiu para o PMDB o megaempresário José Batista Júnior, do frigorífico JBS/Friboi, afastando-o do palanque do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

O problema mais acirrado está no Rio de Janeiro, onde o PMDB de Sérgio Cabral não aceita o chamado palanque duplo para Dilma no estado. Cabral exige que o senador petista Lindbergh Faria renuncie à pré-candidatura para apoiar o vice-governador, Luis Fernando Pezão. “No Rio, ainda não arriamos a bandeira. Temos que dar tempo ao tempo”, afirmou o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).

Peemedebistas que dizem que Dilma enfrenta problemas semelhantes na Bahia, no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e em Santa Catarina defendem a liberação do partido na convenção nacional que decidirá sobre a eleição presidencial de 2014. O PMDB, assim, ficaria fora da coligação formal, para ir compondo com diferentes partidos, de acordo com a realidade de cada estado, o que Temer não concorda, pois perderia seu posto.

Na Bahia, se repete a situação do Rio. O grupo dos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima não se acerta com o PT do governador Jaques Wagner e deve lançar candidatura própria. E pior, com grande possibilidade de apoiar Eduardo Campos.

Puccinelli, que sempre fez dobradinha no Mato Grosso do Sul nas últimas eleições com o PSDB, indica, por enquanto, que Temer conseguiu um armistício. A presidente Dilma foi a Campo Grande e prometeu investimentos bilionários ao lado do governador. (Da Agência Globo)

ESTADOS MAIS PROBLEMÁTICOS PARA O PMDB
1- Pernambuco
Os peemedebistas pernambucanos vêem com bons olhos a candidatura de Eduardo Campos (PSB)  à Presidência da República. Mas a executiva nacional estuda lançar um nome local, a princípio o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, para concorrer ao governo em 2014 e garantir mais um palanque para Dilma no Estado

2- Bahia
Opositor do governador petista Jaques Wagner, Geddel Vieira, atualmente em uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal, pretende concorrer novamente ao governo do estado e sonha com o apoio do pernambucano Eduardo Campos (PSB). Inclusive, seu irmão, Lúcio Veira Lima, encontrou-se com o
socialista no mês de março

3- Mato Grosso do Sul
O governador André Puccinelli tem resistência ao PT no estado. Inclusive, na eleição anterior ao governo, recebeu apoio do PSDB. Porém, na última eleição municipal, houve um rompimento nessa aliança, que pode favorecer a uma aproximação com o PT, como Temer já vem costurando. Neste caso, há possibilidade de haver palanque duplo, já que o senador Delcídio Amaral deve concorrer pelo PT ao governo

4- Goiás
Michel Temer e o ex-presidente Lula vêm articulando para montar um palanque único com força para derrotar o governador tucano Marconi Perillo, e o nome escolhido foi o do empresário Júnior da Friboi,
que deve deixar o PSB e migrar para o PMDB. Porém, essa manobra não foi digerida pelo ex-senador e governador Iris Resende, o que pode enfraquecer essa aliança. O PT local também se movimenta em favor do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide

5- Rio de Janeiro
O governador Sérgio Cabral indicou o nome do seu vice, Luis Fernando Pezão, para sucedê-lo e é contra a candidatura petista de Linderberh Faria, o que daria um palanque duplo para a presidente Dilma

6- Paraná
É praticamente impossível conseguir o apoio dos pemedebistas à candidatura da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) ao governo, mas o objetivo é consolidar o afastamento do PMDB do governador tucano Beto Richa

7- Rio Grande do Sul
O PMDB local tem resistências históricas com o PT, tendo inclusive apoiado o PSDB nas eleições presidenciais disputadas por Lula. Uma tentativa de aproximação está sendo feita, o que pode representar um palanque duplo para Dilma no estado, com o governador Tarso Genro (PT), buscando a reeleição, e uma chapa peemedebistas, encabeçada pelo ex-governador Germano Rigotto ou por José Ivo Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul

8- Santa Catarina
Apesar de não ter a intenção de apoiar a reeleição de Raimundo Colombo (PSD), mesma atitude que o PT pretende tomar, os dois partidos devem se alinhar em palanques diferentes. Mas há possibilidade de ambos defenderem a candidatura de Dilma

Nenhum comentário:

Postar um comentário