A
própria presidente Dilma Rousseff, em ligeira abordagem do assunto com
líderes aliados, evitou subestimar o feito e o prestígio político de
Marina Silva. É claro que o PT está incomodado com a união entre dois
ex-aliados que não escondem mais o ímpeto oposicionista e mesmo o
ressentimento, embora insistam: Marina perdeu a Rede porque foi
imprevidente, não colheu assinaturas de sobra como o Pros e o PSD, que
sofreram impugnações em escala.
Mais
frios, os senadores Welligton Dias e Humberto Costa faziam ontem uma
avaliação mais positiva do novo quadro eleitoral: a estratégia da
oposição sempre foi levar a disputa para o segundo turno por meio da
dispersão dos votos no primeiro. E, para isso, contava com a
apresentação de três ou quatro candidatos anti-Dilma. Com a decisão de
Serra, de ficar no PSDB, desistindo de concorrer pelo PPS, acabou-se a
quarta candidatura. E, com o fracasso da Rede e a união Marina—Campos,
duas candidaturas resultaram em uma só.
Dilma
enfrentaria então, segundo o quadro de hoje, apenas dois adversários
competitivos. Ainda que ocorra o segundo turno, suas chances de vitórias
não teriam diminuído, muito pelo contrário, dizem eles. Num jogo
convencional, Dilma terá um tempo de televisão muito maior, a força da
máquina federal, um grande cabo eleitoral, que é Lula, entre outras
vantagens, que ela só perderá se um dos concorrentes adquirir a força
dos fenômenos eleitorais, ancorada na percepção de que mudarão o país
para melhor. A ver.
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