Essa
parece uma dúvida que começa a atormentar os líderes partidários e o
próprio governo. As manifestações iniciadas em junho, que se encontram
longe de ser interrompidas, acendem luz amarela no semáforo postado na
Praça dos Três Poderes. De início os jovens, agora com gente de todas as
idades, os protestos revelam esgotamento popular com as instituições
políticas, além de óbvias reivindicações corporativas. Dá no mesmo, pois
um denominador comum une os grupos em revolta: são contra os políticos,
incluído o governo no substantivo.
As
redes sociais são imperscrutáveis até a hora em que começam a falar.
Caso estendam sua indignação à proposta do boicote das eleições, quantos
milhões deixarão de votar?
Claro
que se trata de uma reação negativa, o ideal seria todos comparecerem,
selecionando candidatos capazes de exprimir sua frustração e de
apresentar melhores soluções para sanar suas críticas. Só que nem sempre
isso acontece. Existem momentos, felizmente raros na vida das nações,
em que a maioria rejeita tudo. Descrê e duvida de tudo. Vira as costas
para estruturas que não a representam, ainda que só de forma bissexta
disponha de mecanismos ordenados para substituí-las. Podemos estar
vivendo situação igual. Todo cuidado é pouco, se sobrevier o hiato
completo entre o Brasil real e o Brasil formal. O clímax poderá muito
bem acontecer nas eleições de 2014. Tomara que não, mas…
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