Em meio ao confronto entre Batalhão de Choque e membros do grupo
Black Bloc, na noite desta segunda-feira (7/10), durante protesto dos
profissionais de Ensino do Rio de Janeiro, um policial militar apontou
uma arma de fogo para um dos manifestantes e, em seguida, imobilizou-o
com um golpe conhecido como "voadora". O Jornal do Brasil flagrou o momento de violência em que o PM aponta a arma para o rapaz, que não foi identificado no local.
Ao avaliar a foto publicada pelo Jornal do Brasil,
o professor e pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Ignácio Cano,
considerou a postura do policial militar inapropriada, já que o
manifestante não apresentava um risco aparente para o PM e não estava
armado. Ignácio explica que a avaliação técnica da foto demonstra que a
polícia usou de muita truculência, enquanto deveria seguir os princípios
de proporcionalidade. "Entendemos até que o policial que está numa
operação desta natureza corre riscos e deve ficar alerta, mas não
justifica ele usar uma arma de fogo em direção a um manifestante que
está desarmado. Esse policial aumenta os riscos de acidente, pois ele
pode atirar de repente", destacou Ignácio.
A cena provocou
revolta e muitos jovens tentaram impedir que o PM levasse o rapaz para a
delegacia. A Polícia Militar enviou para as ruas um efetivo menor de
policiais, mas não conseguiu evitar as depredações do patrimônio da
cidade e nem as cenas de truculência e extrema violência. Na semana
passada, a manifestação dos professores que aconteceu durante a votação
do plano de cargos e salários, na Câmara Municipal, terminou com vários
educadores feridos, presos e um rastro de destruição pelas ruas do
Centro da cidade.
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