13 de agosto de 2012

Sobrinho de Collor enfrenta candidato apoiado pelo tio e mira Brasília em 2014


Filho de uma união entre duas das famílias mais tradicionais da política alagoana, Fernando Lyra Affonso Collor de Mello (PSD) leva sobrenomes conhecidos e se tornou uma atração à parte na eleição da pacata Atalaia (a 47 km de Maceió)

 Aos 28 anos, o filho do casal Thereza e Pedro Collor inicia a carreira política com uma modesta candidatura a vice-prefeito, mas que não o impede de mirar sonhos mais altos já em 2014Com frases de efeito, como a que aponta seu pai como um herói por denunciar um suposto esquema de corrupção envolvendo Fernando Collor,Fernando Lyra terá de encarar o primeiro desafio em família: derrotar o candidato apoiado pelo tio --o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Em Atalaia, o PTB terá candidato próprio, o “Professor Mano”, apoiado por Collor e pelo atual prefeito Chico Vigário (PTB). As duas chapas devem polarizar a disputa, que tem ainda outros dois candidatos.
 O filho de Pedro Collor é vice na chapa encabeçada por Zé do Pedrinho (PSD).

A escolha de Lyra por Atalaia tem explicação econômica. O Grupo João Lyra, de propriedade de seu avô, mantém mais de 6.000 empregados na usina Uruba. A economia gira em torno da empresa. “A Uruba é a mãe de Atalaia. Logo, doutor João é o pai de Atalaia”, diz o candidato Zé do Pedrinho.
O primeiro passo de Fernando Lyra foi riscar o sobrenome Collor para usar apenas aquele que marca sua mãe e seu avô e padrinho, o deputado federal João Lyra (PSD). Segundo ele, a explicação não tem ligação com a rixa entre seu pai e seu tio.
“João Lyra é um pai para mim. Não tenho nada contra meu tio, falo com ele normalmente, mas ele não me procurou. Foi meu avô quem me procurou e disse que tinha um projeto para mim aqui em Atalaia”, conta Lyra, que perdeu o pai em dezembro de 1994, quando Pedro Collor morreu vítima de um câncer no cérebro.Apesar de manter o tom diplomático quando fala do tio, Lyra deixa não esconde o orgulho que tem do pai, que denunciou um suposto esquema de corrupção que resultou no impeachment .
“Meu pai é um herói, um guerreiro. Poucas pessoas teriam coragem de fazer o que ele fez. Ele era uma pessoa queria mudança, que queria justiça”, diz, citando ainda que pela idade que tinha à época (oito anos de idade) era mantido afastado da disputa familiar.
Apesar da atual distância com o tio Fernando e da inexperiência na área, Lyra já tem na ponta da língua o discurso praxe na política de "não descartar" a possibilidade de, no futuro, se unir numa coligação com o tio.
“Política é muito fascinante. Não descarto nada na frente, uma questão de um apoio, tudo pode mudar. Mas estarei sempre ao lado do meu avô, que é o meu pai nos dias de hoje”, garantePara entrar na política, Lyra largou um futuro promissor, em São Paulo, onde cursava faculdade de rádio e TV, para retornar a Alagoas e ajudar o avô na administração das empresas que mantém e começar a encaminhar os primeiros passos na política.
“Cheguei a cursar administração e rádio e TV, mas não conclui. Quando deixei São Paulo, estava na TV Bandeirantes. Voltei a convite do meu avô. Mas vou voltar a estudar, na área de comunicação. Devo fazer jornalismo”, antecipa, seguindo a profissão do tio.
Para ajudar na eleição em Atalaia, a dupla Zé-Fernando já conta com o apoio de peso Thereza Lyra, que participou de comício no último dia 28. “Ela se animou, desceu, foi para o povo. Ela já me perguntou da agenda porque quer voltar”, diz o filho, orgulhoso da cabo eleitoral.
Lyra afirma que se tornou a aposta do avô para, em breve, ocupar a cadeira dele da Câmara Federal. “No caminho que estou, sigo na linha de sucessão dos Lyra. Todos sabem da idade avançada do avô, então devo ser candidato em 2014 a deputado federal ou a estadual, caso ele queira uma nova disputa. Mas quero seguir carreira na política”, disse..         .Noticias Uol

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