14 de julho de 2012

Janio Freitas e Tim Lopes são homenageados em congresso da Abraji

Os jornalistas Tim Lopes e Janio de Freitas serão os homenageados da 7ª edição do Congresso internacional de Jornalismo Investigativo. Realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o evento lembrará os dez anos do assassinato de Lopes e os 60 anos de carreira de Freitas. Na cerimônia, que aconteceu nesta sexta-feira (13) no auditório do campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, o diretor da Abraji, Marcelo Moreira, entregou a Bruno Quintella, filho de Tim Lopes, uma placa em homenagem a seu pai. Ainda, foi apresentado um vídeo sobre Janio Freitas, no qual alguns de seus colegas de redação, como Carlos Heitor Cony, José Ramos Tinhorão e Ferreira Gullar, descreveram a convivência e a personalidade do jornalista. Fraude e anúncio Freitas, que tem 80 anos e atua como jornalista há 60 anos, é considerado responsável pelas reformas gráficas e de conteúdo da revista Manchete e do Jornal do Brasil no final dos anos 50. Ele também passou pelos jornais Correio da Manhã, Última Hora, Jornal dos Sports e a revista O Cruzeiro, entre outros. Em 1987, na Folha de S.Paulo, o jornalista publicou o maior furo de sua carreira, em reportagem que ganhou cinco prêmios jornalísticos, entre os quais o Esso e o Prêmio Internacional Rei de Espanha. Para a matéria, Freitas teve acesso a informações que comprovaram a existência de fraude na concorrência da ferrovia Norte-Sul, cuja linha férrea percorreria 1.600 quilômetros de Goiás ao Maranhão, sendo um dos principais projetos do então governo do presidente José Sarney. A obra era orçada em US$ 2,4 bilhões. Após obter o resultado da concorrência fraudulenta, na qual 18 empreiteiras foram beneficiadas - entre as quais Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Correa e Norberto Odebrecht - o jornalista decidiu publicá-lo codificado no caderno de classificados cinco dias antes de seu anúncio oficial. No dia seguinte à divulgação da concorrência pelo governo, o jornal republicou o anúncio codificado denunciando a fraude na contratação. Como efeito, a denúncia provocou a anulação da concorrência e o adiamento das obras do projeto. Tim Lopes Em 2002, o jornalista Tim Lopes, munido de uma câmera oculta, foi descoberto por traficantes ao fazer reportagem investigativa em um baile funk na favela Cruzeiro do Sul, na Penha, Zona Norte do Rio. Ele investigava denúncia sobre exploração sexual de jovens pelo tráfico de drogas. Após capturado, Tim Lopes foi torturado e assassinado. Quintella está finalizando um documentário sobre a trajetória profissional de seu pai.

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