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Namoros de intercâmbio são bons enquanto duram, mas nem sempre resistem ao final do período no exterior. Das histórias coletadas pelo UOL, duas das quatro histórias tiveram final feliz. No entanto, nenhum dos entrevistados se arrepende dessa espécie de amor de temporada.
Esse é o caso de Luana Farias de Oliveira, 24, e Matheus Borella, 24, ambos brasileiros. Eles namoraram por um ano e quatro meses. O início do romance se deu em um intercâmbio na Espanha, em 2010.
“A distância foi algo crucial. Quando voltamos ao Brasil, só se via a cada dois finais de semana. Foi muito bom enquanto durou”, recorda Luana, que é professora universitária. Ela mora em Bauru e ele, em São Paulo, uma viagem de aproximadamente 329 km. Os dois, contudo, são amigos e mantêm contato todos os dias.
Apesar das dificuldades, Luana acredita que o namoro com Matheus foi fundamental para ela curtir mais o intercâmbio. “É muito legal estar apaixonada, ainda mais em uma viagem, em que tudo é novo e interessante! Você tem alguém para compartilhar momentos, dividir dúvidas, dar uma ajudinha com o idioma, passear e também fazer aquela viagem que nunca mais vai esquecer”, descreve.
Palavra de especialista
AMOR DE INTERCÂMBIO
- Ana Rita e Mark se conheceram quando ela fazia um intercâmbio na Irlanda; quase três anos depois, eles se casaram e vivem na Europa
- Para Luana, o namoro durante o intercâmbio na Espanha foi fundamental para aproveitar melhor a experiência
- Durante o intercâmbio na Irlanda, Mariana se desentendeu com o namorado e viajou para a Itália onde conheceu seu atual marido, Alfonso
Lidar com a barreira cultural, com a distância e com a volta à realidade no Brasil são os principais problemas que os casais intercambistas vão enfrentar depois da experiência internacional, segundo Cristina Freire, psicóloga da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
“Manter a mesma relação após o intercâmbio é complicado porque o encanto da viagem vai embora as obrigações retornam. Existe, ainda, a dificuldade de manter o contato quando há estrangeiro na relação ou o casal reside em cidades ou Estados diferentes no Brasil”, explica Cristina Freire.
A distância também foi fator crucial para a turismóloga Mariana Chibebe, 34, terminar o namoro com um brasileiro que conheceu em um intercâmbio em Dublin, na Irlanda, em 2009. O fim, contudo, foi mediante discussões e crises de ciúmes. Do namoro, há apenas recordações.
“Namoramos durante seis meses, até que tivemos uma briga feia por causa de ciúmes e fui esfriar a cabeça na Itália. Quando voltei para Dublin, tentei reatar o relacionamento, mas não deu certo. Ele queria ficar na Irlanda e eu precisava voltar ao Brasil”, relembra Mariana.
Um amor curou o outro
A tristeza do fim do relacionamento de Mariana, contudo, passou quando a turismóloga se deu conta de que estava apaixonada por um colega que havia conhecido na Itália, em um dos passeios que fez durante o intercâmbio: o italiano e controller financeiro Alfonso Alfonsi, 37.
“A gente se falava todos os dias por mensagem e pela internet. De repente, percebi que meu ex-namorado não era o cara certo para mim”, conta Mariana.
O casal, que foi para o altar no final do ano passado, passou dois anos namorando a distância. Ele na Itália e ela no Brasil. De acordo com Chibebe, o que fez a diferença para esse relacionamento dar certo mesmo em países diferentes, em comparação com o anterior, foi a comunicação aberta e sincera que tinha com Alfonsi.
“É difícil ter um relacionamento a distância. Por outro lado, como não estava fisicamente com ele, aproveitava cada segundo para conversar. Essa era a única forma de estar perto dele e lidar com a diferença cultural. Além disso, quando a gente brigava, era só desligar o computador e o telefone; não corria o risco de encontrá-lo na rua”, brinca ela.
Mariana pensa em fazer um novo curso de idioma na Europa ainda este ano. A próxima experiência internacional, no entanto, não será individual. “Faço pelo menos um intercâmbio por ano. Já avisei meu marido que ele vai ter que me acompanhar na minha viagem pelo mundo.”
Terminou em casamento
Foi em um intercâmbio em Dublin, na Irlanda, em 2009, que Ana Rita Soares Fontes, 28, aprimorou o inglês, conheceu uma nova cultura. Foi lá também que a advogada, inesperadamente, conheceu o seu atual marido, o economista irlandês Mark Thomas O’Donnell, 28.
Mera coincidência? Ana Rita diz que sim.
“Ainda me lembro do momento em que o conheci. Estava conversando com uns amigos em um bar e ele, do nada, insistiu em estabelecer comunicação. Óbvio que eu desisti [de tentar falar inglês] e investi em outro cara, um brasileiro. Até que a festa acabou e fui para casa pensando nele [atual marido]. Pedi para minha amiga o telefone dele, mandei uma mensagem e ele respondeu na hora”, relembra a advogada.
Após alguns meses de namoro, o inglês, que inicialmente dificultou o relacionamento do casal, não foi mais problema para Ana Rita. Com o idioma na ponta da língua, os desafios foram outros: “Estava acostumada a trabalhar em escritório, com reuniões e secretárias. De repente, me vi cuidando de crianças e trabalhando em pubs em horários absurdos. Meu humor era maluco. Tolerância zero”, relata a brasileira.
Acostumada com o estilo irlandês de vida e feliz com seu relacionamento, Fontes se casou com O’Donnell no mês passado. Com isso, as viagens ao Brasil deixaram de ser de volta e passaram a ser apenas de visita. A Irlanda tornou-se seu novo lar. “Nunca achei que fosse me casar no exterior. Eu não acredito em almas destinadas, mas ele realmente se fez a minha alma gêmea.”
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