Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem
Do NE10
Demorou mas caiu. Desde 2005, o Santa Cruz não vencia o Náutico nos
Aflitos. A quebra da escrita veio em grande estilo neste Domingo de
Páscoa com a vitória por 2x0 num jogo em que o time do Arruda foi
superior em quase toda partida. Mérito de seu técnico, que soube armar
um time ao mesmo tempo técnico e brigador, conseguindo anular o
reconhecido poderio do ataque alvirrubro. O Santa agora lidera o
Campeonato Pernambucano Coca-Cola com 19 pontos. O Náutico caiu para
segundo lugar.
Técnicos se cumprimentam no início da partida (Foto: Edmar Melo/JC Imagem)
A característica dos jogadores dos dois times materializou-se desde os primeiros minutos. O Náutico com três volantes faria de tudo para acionar Elton e, principalmente Rogério no espaço de tempo mais curto possível para explorar a velocidade. Já o Santa, com três meio-campistas fatalmente iria procurar tocar melhor a bola para abrir as brechas. E assim ambos fizeram e, ao seus estilos, criaram boas oportunidades.
A primeira ficou para o Santa, que optou por avançar a marcação. Quando seus três homens de criatividade o faziam, a equipe visitante levou vantagem. Tanto que, aos quatro minutos, Dênis Marques lançou Renatinho, que entrou livre, frente a frente com Felipe chutou colocado. O goleiro alvirrubro tocou de leve na bola e mandou a escanteio.
Quatro minutos depois, Rogério caiu pelo lado direito e aproveitou o erro de Tiago Costa para cruzar. Tiago Cardoso rebateu para frente e Elton, no susto, apenas colocou o pé esquerdo na bola. Sem conseguir dar direção, o chute saiu torto, para fora.
(Foto: Edmar Melo/JC Imagem)
Os defeitos também forarm apresentados. Para quem tentava acelerar o jogo, o Náutico precisava de um jogador criativo. Seria Marcos Vinícius, mas o prata da casa aceitou muito fácil a marcação de Tozo, responsável pelo setor. Faltou ao camisa 9 a mobilidade de Rogério, por exemplo. Quem tentou fazer esse papel foi Rodrigo Souto, o volante mais adiantado. No Santa, o problema era acertar o passe para entrar na área adversária.
Quem conseguiu corrigir primeiro seu problema foi o tricolor. Aos 23, Raul foi lançado e chutou. A bola ficou presa entre a zaga do Náutico e Renatinho. Mesmo bem menor que seus marcadores ele conseguiu passar para Dênis Marques, sem qualquer marcação. O artilheiro ajeitou e acertou as pernas de Felipe, que, diga-se de passagem, fechou bem o ângulo. A terceira chance cara a cara veio apenas três minutos depois. Dessa vez foi Éverton Sena, que de marcador de Rogério não teve nada, a ir à linha de fundo e mandar para trás. Renatinho fechou mas dividiu a bola com Alison. Escanteio.
Literalmente aos trancos e barrancos o Náutico conseguiu responder. Numa dividida de corpo com César na lateral, Élton levou a melhor. Há quem reclame de falta no do atacante timbu no zagueiro coral. Ao tentar o drible da vaga em William Alves, o defensor do Santa claramente projetou o corpo para impedir o avanço do adversário. Mas como Rogério deu sequência à jogada, a partida seguiu. O camisa 10 mandou rasteiro para boa defesa de Tiago Cardoso.
Os dois times voltaram para a etapa final sem alterações. O Santa mudou apenas o setor de marcação. A marcação começava a partir do círculo central. Nem por isso, o Náutico conseguiu pressionar. Como os três volantes não tinham tanta liberdade para avançar e Marcos Vinícius não se apresentava, o jeito foi continuar na bola longa sem grande efeito.
Na base da troca de passes, o Santa chegou perto do gol aos sete minutos. Natan passou por Elicarlos pela direita e foi à linha de fundo. Cruzou para trás e Raul chutou raspando a trave direita. Foi a senha para o técnico Vágner Mancini parar de dar sopa ao azar e mexer no time. Vinícius Pacheco foi acionado para ajudar na armação. O sacrificado foi o lateral-direito Auremir. Sobrou para Elicarlos fazer o papel de lateral.
Apesar de melhor distribuído em campo, o Santa passou a encarar um segundo adversário: o cansaço. Jogadores fundamentais para o esquema do time como Tozo, Raul e Tiago Costa davam claros sinais de cansaço aos 20 minutos. Marcelo Martelotte resolveu sacar Raul para colocar um jogador que conduz mais a bola, Jefferson Maranhão.
Já Mancini pareceu não ter gostado da nova dupla de armação e tirou Marcos Vinícius para acionar o terceiro atacante, Renato. Mesmo assim, o melhor que o timbu conseguiu foi na bola parada. Numa cobrança de escanteio de Rogério, aos 26, Alemão subiu mais que todo mundo e mandou raspando a trave. A primeira chance com a bola rolando veio um minuto depois. Vinícius Pacheco entrou na área pelo lado esquerdo mas chutou em cima de Tiago Cardoso.
O time do Arruda mexeu novamente. Luciano Sorriso saiu para entrada de Nininho. A mudança forçou o deslocamento de Éverton Sena da lateral para a proteção da zaga. A essa altura, a bateria tricolor dava clamorosos sinais de que estava no fim. Ficou mais fácil para o Náutico explorar os lados do campo e Élton ganhou mais uma chance aos 29. Tiago Cardoso novamente apareceu bem.
Restava ao Santa aproveitar um contra-ataque ou vacilo da defesa alvirrubra. O primeiro quase deu certo aos 31. Dênis Marques foi lançado mas agarrado por Alemão. A sequência dos fatos ilustra a segunda via para os corais conseguirem algo. A falta foi cobrada e Nininho recebeu no campo de defesa. Natan, um dos poucos que tinha muito fôlego disparou e recebeu na entrada da área. Ele só tirou de Felipe para colocar no canto esquerdo. A defesa do Náutico apenas olhou a jogada.
Mais do que um balde, foi um banho completo de água fria nos timbus. Agravado apenas dois minutos depois. Natan e Jefferson Maranhão tabelaram no lado esquerdo até este último lançar Dênis Marques, novamente sozinho. DM9 esperou a saída de Felipe e desta vez não perdoou: 2x0.
Desordenado, pois o técnico tirou Marcos Vinícius justamente quando ele conseguia dialogar com Pacheco, o Náutico voltou a jogar na bola longa e facilitou o trabalho dos inspirados César e William Alves.
Ficha do jogo:
Náutico: Felipe; Auremir (Vinícius Pacheco), Alemão, Alison e Douglas Santos; Elicarlos, Rodrigo Souto, Martinez e Marcos Vinícius; Rogério e Élton (Marcos Vinícius). Técnico: Vágner Mancini.
Santa Cruz: Tiago Cardoso; Éverton Sena, César, William Alves e Tiago Costa; Tozo, Luciano Sorriso (Nininho), Natan (Leo), Renatinho e Raul (Jefferson Maranhão; Dênis Marques. Técnico: Marcelo Martelotte.
Local: Aflitos, Recife (PE). Árbitro: Gleydson Leite. Assistentes: Clóvis Amaral e Wlademir Lins. Gols: Natan, aos 32; e Dênis Marques, aos 34 do segundo tempo. Cartões amarelos: Alemão, Martinez, Douglas Santos, Luciano Sorriso, William Alves, Natan, Tiago Costa e Raul.
Técnicos se cumprimentam no início da partida (Foto: Edmar Melo/JC Imagem)
A característica dos jogadores dos dois times materializou-se desde os primeiros minutos. O Náutico com três volantes faria de tudo para acionar Elton e, principalmente Rogério no espaço de tempo mais curto possível para explorar a velocidade. Já o Santa, com três meio-campistas fatalmente iria procurar tocar melhor a bola para abrir as brechas. E assim ambos fizeram e, ao seus estilos, criaram boas oportunidades.
A primeira ficou para o Santa, que optou por avançar a marcação. Quando seus três homens de criatividade o faziam, a equipe visitante levou vantagem. Tanto que, aos quatro minutos, Dênis Marques lançou Renatinho, que entrou livre, frente a frente com Felipe chutou colocado. O goleiro alvirrubro tocou de leve na bola e mandou a escanteio.
Quatro minutos depois, Rogério caiu pelo lado direito e aproveitou o erro de Tiago Costa para cruzar. Tiago Cardoso rebateu para frente e Elton, no susto, apenas colocou o pé esquerdo na bola. Sem conseguir dar direção, o chute saiu torto, para fora.
(Foto: Edmar Melo/JC Imagem)
Os defeitos também forarm apresentados. Para quem tentava acelerar o jogo, o Náutico precisava de um jogador criativo. Seria Marcos Vinícius, mas o prata da casa aceitou muito fácil a marcação de Tozo, responsável pelo setor. Faltou ao camisa 9 a mobilidade de Rogério, por exemplo. Quem tentou fazer esse papel foi Rodrigo Souto, o volante mais adiantado. No Santa, o problema era acertar o passe para entrar na área adversária.
Quem conseguiu corrigir primeiro seu problema foi o tricolor. Aos 23, Raul foi lançado e chutou. A bola ficou presa entre a zaga do Náutico e Renatinho. Mesmo bem menor que seus marcadores ele conseguiu passar para Dênis Marques, sem qualquer marcação. O artilheiro ajeitou e acertou as pernas de Felipe, que, diga-se de passagem, fechou bem o ângulo. A terceira chance cara a cara veio apenas três minutos depois. Dessa vez foi Éverton Sena, que de marcador de Rogério não teve nada, a ir à linha de fundo e mandar para trás. Renatinho fechou mas dividiu a bola com Alison. Escanteio.
Literalmente aos trancos e barrancos o Náutico conseguiu responder. Numa dividida de corpo com César na lateral, Élton levou a melhor. Há quem reclame de falta no do atacante timbu no zagueiro coral. Ao tentar o drible da vaga em William Alves, o defensor do Santa claramente projetou o corpo para impedir o avanço do adversário. Mas como Rogério deu sequência à jogada, a partida seguiu. O camisa 10 mandou rasteiro para boa defesa de Tiago Cardoso.
Os dois times voltaram para a etapa final sem alterações. O Santa mudou apenas o setor de marcação. A marcação começava a partir do círculo central. Nem por isso, o Náutico conseguiu pressionar. Como os três volantes não tinham tanta liberdade para avançar e Marcos Vinícius não se apresentava, o jeito foi continuar na bola longa sem grande efeito.
Na base da troca de passes, o Santa chegou perto do gol aos sete minutos. Natan passou por Elicarlos pela direita e foi à linha de fundo. Cruzou para trás e Raul chutou raspando a trave direita. Foi a senha para o técnico Vágner Mancini parar de dar sopa ao azar e mexer no time. Vinícius Pacheco foi acionado para ajudar na armação. O sacrificado foi o lateral-direito Auremir. Sobrou para Elicarlos fazer o papel de lateral.
Apesar de melhor distribuído em campo, o Santa passou a encarar um segundo adversário: o cansaço. Jogadores fundamentais para o esquema do time como Tozo, Raul e Tiago Costa davam claros sinais de cansaço aos 20 minutos. Marcelo Martelotte resolveu sacar Raul para colocar um jogador que conduz mais a bola, Jefferson Maranhão.
Já Mancini pareceu não ter gostado da nova dupla de armação e tirou Marcos Vinícius para acionar o terceiro atacante, Renato. Mesmo assim, o melhor que o timbu conseguiu foi na bola parada. Numa cobrança de escanteio de Rogério, aos 26, Alemão subiu mais que todo mundo e mandou raspando a trave. A primeira chance com a bola rolando veio um minuto depois. Vinícius Pacheco entrou na área pelo lado esquerdo mas chutou em cima de Tiago Cardoso.
O time do Arruda mexeu novamente. Luciano Sorriso saiu para entrada de Nininho. A mudança forçou o deslocamento de Éverton Sena da lateral para a proteção da zaga. A essa altura, a bateria tricolor dava clamorosos sinais de que estava no fim. Ficou mais fácil para o Náutico explorar os lados do campo e Élton ganhou mais uma chance aos 29. Tiago Cardoso novamente apareceu bem.
Restava ao Santa aproveitar um contra-ataque ou vacilo da defesa alvirrubra. O primeiro quase deu certo aos 31. Dênis Marques foi lançado mas agarrado por Alemão. A sequência dos fatos ilustra a segunda via para os corais conseguirem algo. A falta foi cobrada e Nininho recebeu no campo de defesa. Natan, um dos poucos que tinha muito fôlego disparou e recebeu na entrada da área. Ele só tirou de Felipe para colocar no canto esquerdo. A defesa do Náutico apenas olhou a jogada.
Mais do que um balde, foi um banho completo de água fria nos timbus. Agravado apenas dois minutos depois. Natan e Jefferson Maranhão tabelaram no lado esquerdo até este último lançar Dênis Marques, novamente sozinho. DM9 esperou a saída de Felipe e desta vez não perdoou: 2x0.
Desordenado, pois o técnico tirou Marcos Vinícius justamente quando ele conseguia dialogar com Pacheco, o Náutico voltou a jogar na bola longa e facilitou o trabalho dos inspirados César e William Alves.
Ficha do jogo:
Náutico: Felipe; Auremir (Vinícius Pacheco), Alemão, Alison e Douglas Santos; Elicarlos, Rodrigo Souto, Martinez e Marcos Vinícius; Rogério e Élton (Marcos Vinícius). Técnico: Vágner Mancini.
Santa Cruz: Tiago Cardoso; Éverton Sena, César, William Alves e Tiago Costa; Tozo, Luciano Sorriso (Nininho), Natan (Leo), Renatinho e Raul (Jefferson Maranhão; Dênis Marques. Técnico: Marcelo Martelotte.
Local: Aflitos, Recife (PE). Árbitro: Gleydson Leite. Assistentes: Clóvis Amaral e Wlademir Lins. Gols: Natan, aos 32; e Dênis Marques, aos 34 do segundo tempo. Cartões amarelos: Alemão, Martinez, Douglas Santos, Luciano Sorriso, William Alves, Natan, Tiago Costa e Raul.
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