31 de março de 2013

A inflação de Dilma

As restrições da presidente Dilma Rousseff às teorias monetaristas de controle da inflação são notórias, como eram as do ex-presidente Itamar Franco na época do Plano Real. A diferença é que Itamar Franco não comandava o Ministério da Fazenda, nem o Banco Central, ao contrário da presidente Dilma Rousseff, que é quem manda na equipe econômica. Na verdade, Dilma quer fazer da redução dos juros uma das marcas de seu governo, acredita que essa é a chave para continuar crescendo com distribuição de renda. E para garantir a reeleição.
Foi por essa razão que o mercado reagiu tão mal às declarações de Dilma Rousseff na reunião dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Durban, na África do Sul. 'Esse receituário que quer matar o doente em vez de acabar com a doença é meio complicado. Vou acabar com o crescimento? Isso está datado. É uma política superada', disse Dilma. A frase foi interpretada como um recado de que os juros não vão subir, mesmo que a inflação ultrapasse perigosamente, no trimestre, o teto da meta de inflação, que é 6,5%.

Pronunciada ao lado dos seus ministros da área econômica, as declarações de Dilma provocaram o Deus nos acuda no mercado. Não por que foram mal-interpretadas, mas porque correspondem aos fatos. A posição do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, passou a ser vista como ambígua. Mesmo que a presidente Dilma, rebatendo as críticas, diga que o combate à inflação é um valor em si.

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