Serra, que tem evitado discutir em público o cenário político nacional e concorreu duas vezes ao Planalto por seu partido, deu a declaração ao confirmar que se reuniu com Campos na última sexta-feira, em sua casa, na capital paulista. O encontro foi revelado pela colunista da Folha Eliane Cantanhêde.
Para 'Economist', Aécio terá que lutar para passar sua mensagem em 2014 Aécio diz que apoio de Serra chegará em 'momento oportuno' Arcebispo diz que disputa entre Dilma e Campos é 'sinal de esperança' Dilma e Campos devem dividir palanque em Pernambuco na semana que vem assessoria de Campos disse que se tratou de "uma conversa sobre o Brasil". A versão do ex-governador de São Paulo vai na mesma linha. "Foi uma conversa cordial sobre o Brasil, a política e a economia", disse Serra.
O tucano negou que, durante o encontro, Campos tenha falado sobre sua candidatura presidencial ou discutido alianças eleitorais.
Serra disse que, "apesar do distanciamento político", foi muito amigo do avô de Campos, o governador Miguel Arraes (1916-2005), e que recebeu abrigo da família em Paris na ditadura militar, quando os dois estavam exilados.
A aproximação de Serra e Campos ocorre num momento em que a cúpula do PSDB trabalha para viabilizar a candidatura do senador mineiro Aécio Neves. Seus aliados veem como maior obstáculo ao projeto a falta de unidade na sigla em torno do senador.
Serra e Aécio são desafetos. Eles se encontraram na última segunda-feira em São Paulo, mas a conversa resultou apenas no acerto de um novo encontro, em abril. Aécio chega hoje a São Paulo para uma nova rodada de conversas com líderes tucanos.
Presidente nacional do PSB, Eduardo Campos ainda não admite ser candidato à Presidência, mas dá cada vez mais sinais de que vai concorrer contra Dilma Rousseff.
O PSB é parte da coalizão que sustenta o governo Dilma, mas nos últimos meses Campos criticou publicamente a condução da economia. Um dia antes do encontro com Serra, num jantar com empresários, Campos disse que dá para fazer "muito mais" que o atual governo.
Às críticas à política econômica se somaram movimentos de aproximação com a oposição. O pernambucano já esteve com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e mantém conversas frequentes com o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE). Campos também despertou a simpatia de alas do DEM.
Os acenos de Campos a esses setores perturbam aliados de Aécio. Eles temem eventual divisão na oposição, o que poderia fragilizar o mineiro.
Segundo tucanos próximos a Serra, ele tem dito que Campos não prejudica o PSDB, porque ajudaria a tirar votos de Dilma e forçar a realização de um segundo turno nas eleições presidenciais. Alckmin concorda com essa avaliação.
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