25 de março de 2013

Ao Ministro da Fazenda Guido Mantega

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Até quando Senhor Deus?

No Nordeste, sobretudo no semiárido, com a seca não existem somente pequenos produtores. Existem os médios e os grandes perdedores. Estes sempre mais para perdedores do que para ganhadores. Com a seca as dívidas são incobráveis. O BNB estabeleceu que os grandes devedores devem pagar com juros de 8,7%. É insensatez.

Vivo no semiárido e estou seguro que o governo ainda não sabe as consequências da seca. O mesmo continua sentado distante do sofrimento que ocorre.

Eu lhe afirmo que no semiárido não vai sobrar uma cabeça de bovino e também de ovino. Lavoura não existe mais. A seca é fora de imaginação. Há anos o governo não realiza ações para prevenir à seca. Não fez irrigação, não fez adutoras, não perfurou poços. Assim, o governo fabricou a seca e agora tem que assumir ações fortes. Os projetos de irrigação elaborados por governos anteriores estão engavetados.

O governador Roberto Magalhães fez a Adutora do Sertão. Marco Maciel e Jarbas Vasconcelos fizeram a Adutora do Oeste.
Os projetos de irrigação do DNOCS e da Codevasf elaborados nos governos anteriores estão paralisados há dez anos como: Pontal, Canal do Sertão de Pernambuco, Cruz das Almas, Pontal Sobradinho, Pontal Norte, Baixio de Irecê, Salitre, Terra Nova, Brejo de Santa Maria, Garça, entre outros.

Aos produtores endividados atingidos pela seca, médios ou grandes, como já foi dito, é cobrada uma taxa de 8,7% ao ano. É preciso que se saiba que a seca quando ocorre devora a todos, o pequeno, o médio e o grande e este valor não condiz com as condições climáticas normais da região, e imagine em um período de seca.

O próprio Dr. Santiago, ex-presidente do Banco do Nordeste, em uma reunião da 
SUDENE em Recife declarou que os juros cobrados na região são impagáveis e os empréstimos atrasados são incobráveis.

O BNDS financia aos gigantes tomadores com menos juros que o BNB e mais faz participação acionária. O Banco do Brasil tem linha de crédito no país com juros menores que o BNB. Até quando esta inconsequente atitude?

As grandes obras de irrigação do Rio Grande do Sul, na Era Vargas, e as poucas do semiárido foram feitas com orçamento da União, empréstimos externos do BID, BIRD, e do fundo japonês Nakazone.

Em todos os países do mundo as obras hídricas usaram o orçamento da União. No Brasil, onde atuou o PPP? O governo agora está anunciando que fará canais de irrigação com o PPP.

Ora, o governo federal já lançou editais várias vezes para uso do PPP e as licitações foram vazias. Os brasileiros da seca perguntam: até quando o governo vai nos ignorar? Até quando, Senhor Deus?
Osvaldo Coelho foi Deputado Federal por oito legislaturas (DEM Pernambuco).
Blog do Banana

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