A
queda de oito pontos percentuais na popularidade de Dilma, apontada em
pesquisa do Datafolha, não foi comemorada pela oposição, que,
obviamente, gostou também. Foi festejada, especialmente, pela própria
base do Governo no Congresso: PMDB, PDT, PSB, PTB, etc.
Por
quê? Para um aliado com trânsito no Planalto, a razão é muito simples:
ensandecidos com o tratamento grosseiro da presidente e das suas
interlocutoras com o Congresso – as ministras Gleisi Hoffman (Casa
Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) – deputados e
senadores governistas apostam no fim do sapato alto.
Ao
cair, Dilma, embora lidere com folga a corrida presidencial, passa a
ser encarada como algo que pode ser vulnerável, sem a blindagem que
protegeu Lula ao longo dos seus dois mandatos.
A
presidente perde gordura num momento muito difícil para o seu governo,
em que as relações com o Congresso se deterioraram, o dólar sobe, a
inflação ameaça voltar, o risco Brasil aumenta e o País não cresce,
conforme aponta o pibinho.
Em
todas as adversidades, o Governo mostra-se incompetente. Bastam dois
exemplos: as trapalhadas na boataria do fim do programa Bolsa Família,
um erro da própria CEF, e o impasse com índios no Mato Grosso do Sul,
que já resultou na queda da presidente da Funai e no desgaste do
ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que parece mais perdido do
que cego em tiroteio.
A
queda na pesquisa, aliás, é reflexo disso tudo. Dilma tem um viés
autoritário, é muito arrogante e pavio curto. Se continuar caindo seus
aliados vão festejar muito mais, porque sabem que descerá do pedestal
temendo que seu castelo seja de areia, que num sopro despenca.
REFLEXO DA BOLSA – Ao
estratificar a pesquisa do Datafolha por região, o que se constata é
que o governador Eduardo Campos passa de 6% para 12%, mas os números
ainda são insignificantes diante da força de Dilma. É no Nordeste que a
presidente tem sua maior taxa de intenção de voto, em torno de 59%. Tudo
graças ao programa Bolsa Família. Na eleição de 2010, Dilma se salvou
no Nordeste, onde impôs uma dianteira de 10 milhões de votos sobre
Serra.
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