11 de dezembro de 2012

Aliado de Eduardo, Jarbas diz que período do PT no poder se esgotou




O senador pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB) usou a tribuna do Senado nesta terça-feira (11) para fazer um "balanço" do primeiro biênio de Dilma Rousseff (PT) à frente da Presidência da República. O peemedebista chamou o modelo de gestão petista de "incompetente". Aliado de Eduardo Campos (PSB), Jarbas também disse que o PT dá sinais de esgotamento no poder e lembrou que já faz quase uma década que o partido está a frente do Governo Federal e, portanto, não dá mais para aceitar que petistas responsabilizarem os governantes do passado pelos problemas ainda existentes. Houve até crítica pessoal a Dilma, a quem ele chamou de arrogante.

"Talvez um dos exemplos mais evidentes dessa incompetência do Governo do PT seja a atual seca que atinge o Nordeste brasileiro. É inconcebível aceitar a repetição das cenas nos noticiários televisivos mostrando a morte de milhares de animais e o empobrecimento das famílias que moram no Semiárido”, afirmou Jarbas.

Jarbas Vasconcelos também ironizou os problemas enfrentados pelo PT e pelo Governo Federal, lembrando as recentes denúncias de esquemas de corrupção envolvento nomes ligados ao Governo, apontando um esgotamento do partido a frente do Governo Federal e chamando atenção para a "falta de iniciativa" petista para resolver problemas antigos.

"2012 se encerra e pode não ser o ano no qual o mundo se acabou, mas com certeza é o ano no qual o PT dá sinais evidentes de esgotamento à frente da Presidência da República. Quer seja pelo desfecho do julgamento do Escândalo do Mensalão por parte do STF, quer seja pelo surgimento de novas denúncias de corrupção envolvendo figuras de proa do petismo ou pela falta de iniciativa em resolver problemas que só fizeram crescer na última década."

SECA - Um ponto destacado por Jarbas foi a seca que tem castigado o Nordeste. "A seca que castiga a região destruiu os plantios de subsistência, está dizimando os rebanhos, secando os açudes de médio e pequeno portes, enfim, está arrasando a frágil economia da região, voltando a expulsar os jovens de sua terra, deixando para trás as mulheres e os velhos". De acordo com o senador, a política de irrigação do Governo do PT na última década é "uma vergonha, praticamente inexistente".
Jarbas diz que transposição não é suficiente para combater a seca no Nordeste

SETOR ENERGÉTICO - Jarbas Vasconcelos também criticou a atuação da presidente Dilma no setor energético, lembrando que é a área em que a presidente iniciou sua atuação na administração pública, como secretária de Minas e Energia do Estado do Rio Grande do Sul. "Onde fica a imagem de gestora eficiente, implacável com o malfeito, levada ao ar na campanha eleitoral de 2010? Sobram apenas a arrogância e a maneira pouco adequada de tratar os subordinados com gritos e agressões verbais".
Jarbas compara PT a José Dirceu, que estaria querendo posar de vítima

Para Jarbas, todos esses problemas terminam se refletindo no desempenho da economia brasileira. O crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil durante os dois primeiros anos do Governo Dilma deve atingir o pior desempenho desde o início da década de 1990, com elevação de apenas 2,1%.

"Entre os países que integram o chamado BRICS – Brasil, Rússia, Índia e África do Sul – o nosso país crescerá a metade do que os russos atingirão no mesmo período, um terço dos indianos e um quarto dos chineses. Vamos crescer menos do que a África do Sul, que tem um desemprego de 25%. O Brasil também ficará atrás dos vizinhos latinos, como México, Colômbia, Chile, Peru e até mesmo da turbulenta economia argentina", lembrou o peemedebista.

Na opinião do senador pernambucano, a equipe econômica – comandada pela própria Presidente da República – ainda não percebeu ou não quis enxergar que se esgotou o modelo baseado apenas no aumento do consumo, bem sucedido no segundo mandato do Governo Lula.

"O ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola afirma que parte desse resultado fraco é consequência de fatores internos. Ou seja, nem tudo é resultado da crise internacional. Segundo Loyola, o investimento público no Brasil não está sendo realizado e o privado tem sido adiado ou cancelado", argumentou.

Adotando o discurso pregado pelo seu aliado Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco e possível presidenciável, Jarbas Vasconcelos questionou a política de desoneração tributária para beneficiar determinados setores privilegiados da economia. Segundo ele, essa política causou um efeito devastador nas finanças de Estados e Municípios, aumentando a dependência deles na relação com o Governo Federal.

"É irônico que durante o Governo de um partido que se dizia aberto e democrático a Federação Brasileira viva seus piores momentos, seus estertores, com governadores e prefeitos tendo que implorar por recursos concentrados nas mãos de ferro da União."

Para Jarbas, a imagem que o Governo Dilma passa para todos é de que não existe planejamento. “O Governo vai agindo sem traçar cenários, sem se antecipar aos fatos, anunciando decisões como uma mera reação aos problemas que ganham as manchetes dos jornais. Este é um governo que não age, apenas reage, muitas vezes, de forma atribulada e equivocada", finalizou.

Jarbas também defendeu o trabalho dos parlamentares de oposição, mesmo que numericamente inferiores no Congresso Nacional, criticando a força imposta pelo Executivo no parlamento.

"O trabalho da oposição precisa ser desenvolvido de forma continuada, mesmo quando o ‘rolo-compressor’ e a prática governamental do ‘vale-tudo’ impedem a democrática atuação da minoria, manipula as comissões parlamentares de inquérito e transforma a atuação do Parlamento num mero despachante de luxo do Poder Executivo."
Postado por Jamildo Melo 

Nenhum comentário:

Postar um comentário