10 de novembro de 2012

No Sertão, prefeitos eleitos alertam para possível `colapso` no abastecimento de água e enviarão carta a Eduardo


Foto: divulgação
No mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff anunciou, em passagem pela Bahia, a liberação de R$ 1,8 bilhão para obras de prevenção da seca, prefeitos eleitos em cidades do Sertão pernambucano se reuniram para debater o problema na região. O resultado: mais preocupação e cobranças.
Os gestores alertaram para a possibilidade de haver um "colapso" no abastecimento de água e prometem enviar, na próxima semana, ao governador Eduardo Campos (PSB) e ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, uma carta na qual pedem agilidade nas obras da Adutora do Pajeú, recuperação de barragens e açudes e a urgente instalação de um "gabinete de crise" na região, com o envolvimento de todos os órgãos federais, estaduais e municipais que atuam no combate à estiagem.
A situação mais grave é a das barragens de Rosário e de São José do Egito, que operam com apenas 16% de sua capacidade. Em São José do Egito, toda a população de 32 mil habitantes está sendo abastecida por carros-pipa. Para abastecer Brejinho, os carros-pipa precisam buscar água nas cidades de Maturéia (PB) e Teixeira (PB).

Já em Afogados da Ingazeira, o prefeito eleito, José Patriota (PSB), informa que a maior barragem da região, Brotas, opera com apenas 32% de sua capacidade. "Se não chover forte nos próximos meses, a barragem entra em colapso em fevereiro", prevê. Ainda de acordo com o socialista, o maior problema dos mananciais do Pajeú é a evaporação. O volume de água perdido com a evaporação nas barragens de Boqueirão (PB) e Brotas é maior do que o volume de água retirado para abastecer as cidades sertanejas.

Durante a reunião, os prefeitos assistiram à apresentação do Gerente de meteorologia e mudanças climáticas da Agência Pernambucana de Água e Clima (APAC), Patrice Oliveira. Segundo ele, não há como prever chuvas para os próximos meses no Pajeú. "Houve uma diminuição do aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o que é um bom sinal. O grande problema é a bacia do Atlântico Sul, que está mais fria. Não há como prever nem seca e nem chuva para o Pajeú, com os dados técnicos atuais que estão disponíveis nos Institutos de meteorologia", afirmou Patrice.

De acordo com os prefeitos, as obras da Adutora do Pajeú, que poderiam amenizar o problema de abastecimento de água na região, estão em ritmo lento no trecho entre Floresta e Serra Talhada e paralisadas, no trecho entre Serra e Afogados da Ingazeira. A terceira etapa, que levaria água de Afogados até os municípios do Alto-Pajeú, sequer foi licitada. Mesmo assim, o governador Eduardo Campos já prometeu a entrega do projeto no fim deste ano.

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