1 de novembro de 2012

Drama da seca no Nordeste vai piorar


Meteorologista Lindemberg Lucena diz que fenômeno la niña aconte este ano de forma atípica / Marcela Balbino/Especial para o JC
Previsão dos meteorologistas indica mais dificuldade para moradores dos 121 municípios pernambucanos castigados pela seca. A estiagem não deve dar trégua nos próximos três meses aos que já estão sofrendo no Sertão e Agreste do Estado. Apesar dos últimos quatro meses do ano serem considerados, em Pernambuco, os de menor índice pluviométrico, fenômenos climáticos contribuíram para agravar ainda mais a situação.
De acordo com o meteorologista do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) Lindemberg Lucena, o fenômeno la niña está acontecendo de forma atípica este ano. Tendo a chuva como principal característica, este foi o ano em que o evento registrou menor precipitação. Análise do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) revela que desde 1985, quando teve início a observação, 2012 é o ano mais seco.
“O ano atípico de falta de chuvas foi influenciado pelo Oceano Atlântico, que está um grau mais frio”, explica o meteorologista Wanderson Souza. “O Sul precisa estar mais quente que o Norte, o que chamamos de dipolo positivo. A expectativa era que chovesse muito em 2012, mas, na verdade, foi bem menos que em anos com predominância do el niño”, acrescentou Lindemberg. O fenômeno la niña é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, trazendo frentes frias até o Nordeste e causando chuvas na região do Agreste e Sertão. No el niño, acontece o contrário.
Levantamento do Itep mostra a incidência de chuvas nos municípios sertanejos no último mês de setembro: em Afogados da Ingazeira (1 dia), Afrânio (1), Arcoverde (5), Exu (1), Floresta (2), Inajá (1), Itacuruba (2), Ouricuri (1), Santa Cruz da Baixa Verde (2), Santa Filomena (2), Santa Maria da Boa Vista (2), Serra Talhada (1), Sertânia (2) e Tacaratu (4).
No fim deste mês, os meteorologistas de todo o País voltarão a se reunir na sede do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), na cidade de Cachoeira Paulista (SP), para traçar novos prognósticos. “Cada profissional aponta a realidade de cada região, a partir daí iniciamos discussões para definir a previsão dos próximos três meses”, explicou Wanderson.

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